Décimo terceiro dos aposentados do INSS: conheça seus direitos e como proceder em caso de problemas

 

O décimo terceiro salário, também chamado de gratificação natalina, é um benefício garantido por lei aos trabalhadores e também aos aposentados e pensionistas do INSS. Esse valor adicional, pago anualmente, tem o objetivo de complementar a renda dos segurados e aliviar despesas comuns no final do ano. Neste artigo, exploramos como funciona o décimo terceiro para aposentados, quem tem direito, como ele é calculado e o que fazer caso surjam problemas no pagamento.

O que é o décimo terceiro salário do INSS

O décimo terceiro salário é um benefício garantido pela legislação brasileira que foi estendido aos segurados do INSS, como aposentados, pensionistas e outros beneficiários de benefícios contínuos. Ele consiste em um pagamento adicional anual calculado com base no valor do benefício mensal recebido.

O principal objetivo dessa gratificação é oferecer aos segurados um reforço financeiro para ajudar nas despesas de final de ano, permitindo maior tranquilidade financeira para planejar gastos e compromissos.

Quem tem direito ao décimo terceiro salário

O décimo terceiro é pago a todos os segurados que recebem benefícios previdenciários de caráter contínuo, como aposentadorias, pensões por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente e auxílio-reclusão. Contudo, há algumas situações específicas:

  • Aposentados e pensionistas: Recebem o décimo terceiro com base no valor integral do benefício, proporcional ao tempo em que ele foi concedido no ano.
  • Beneficiários de auxílios temporários: Aqueles que recebem auxílio-doença ou auxílio-reclusão têm direito ao benefício proporcional ao período em que receberam pagamentos.
  • BPC/LOAS: Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada não recebem o décimo terceiro, pois esse benefício é classificado como assistencial, e não previdenciário.

Conhecer essas distinções é fundamental para que os segurados entendam se possuem ou não direito ao pagamento.

Como o décimo terceiro é calculado

O cálculo do décimo terceiro salário dos aposentados e pensionistas leva em conta o valor bruto do benefício recebido pelo segurado. Para aqueles que receberam o benefício durante os 12 meses do ano, o pagamento é integral. Já para quem começou a receber ao longo do ano, o cálculo será proporcional ao número de meses em que o benefício foi concedido.

O décimo terceiro é pago em duas parcelas: a primeira, geralmente correspondente a 50% do valor bruto, é liberada no segundo semestre do ano; a segunda parcela, paga no final do ano, considera possíveis descontos, como o Imposto de Renda, quando aplicável.

Quando o décimo terceiro é pago

O pagamento do décimo terceiro salário segue um calendário divulgado anualmente pelo INSS. Normalmente, a primeira parcela é paga entre agosto e setembro, enquanto a segunda é liberada em novembro ou dezembro. Essa divisão permite que os segurados tenham acesso ao valor de forma antecipada, ajudando no planejamento financeiro.

Em anos recentes, o governo tem optado por antecipar o pagamento do décimo terceiro, uma medida que visa aliviar as dificuldades financeiras enfrentadas por muitos aposentados e pensionistas.

Tributação do décimo terceiro dos aposentados

O décimo terceiro está sujeito ao Imposto de Renda para segurados que recebem benefícios acima do limite de isenção estabelecido pela Receita Federal. O imposto é descontado apenas na segunda parcela, considerando o valor total recebido.

A legislação, porém, prevê isenção de Imposto de Renda para aposentados que possuem doenças graves, como câncer e problemas cardíacos graves. Para garantir esse direito, é necessário apresentar laudos médicos e requerer formalmente a isenção junto ao INSS ou à Receita Federal.

Problemas comuns no pagamento do décimo terceiro

Embora o pagamento do décimo terceiro seja um direito garantido, problemas podem ocorrer, como:

  • Depósitos realizados com valores menores do que o correto.
  • Falta de pagamento para segurados que deveriam receber o benefício.
  • Descontos inadequados na segunda parcela, como cobranças de tributos indevidos.

Em caso de dúvidas ou inconsistências no pagamento, é importante que o segurado tome providências imediatas para garantir que seu direito seja respeitado.

O que fazer em caso de irregularidades

Se houver problemas no pagamento do décimo terceiro, o segurado pode seguir os passos abaixo para resolver a situação:

  1. Consultar o histórico no Meu INSS: O aplicativo ou portal Meu INSS permite verificar o histórico de pagamentos e identificar possíveis falhas.
  2. Registrar um requerimento no INSS: Caso seja constatado um erro, o segurado pode abrir um pedido formal de revisão pelo próprio portal ou em uma agência do INSS.
  3. Buscar orientação jurídica: Se o problema não for resolvido administrativamente, é possível buscar a ajuda de um advogado especializado em direito previdenciário para avaliar a situação e, se necessário, ingressar com uma ação judicial.

Ter todos os documentos organizados, como extratos bancários e comunicações do INSS, é essencial para facilitar o processo.

A importância de conhecer seus direitos

O décimo terceiro salário é um direito previsto em lei para os aposentados e pensionistas do INSS, mas sua correta concessão depende do acompanhamento por parte dos segurados. Conhecer as regras e prazos evita confusões e garante que o pagamento seja feito corretamente.

Além disso, é importante estar atento às atualizações na legislação previdenciária, que podem impactar o pagamento do décimo terceiro e outros benefícios.

Conclusão

O décimo terceiro salário dos aposentados do INSS é um direito que oferece uma importante ajuda financeira, especialmente no final do ano. No entanto, problemas podem surgir, como erros no pagamento ou descontos indevidos, o que exige atenção e, em alguns casos, a busca por suporte jurídico.

Se você enfrenta dificuldades com o pagamento do décimo terceiro ou tem dúvidas sobre seus direitos, procure orientação especializada. Garantir que você receba o benefício corretamente é essencial para sua tranquilidade financeira e para assegurar que seus direitos sejam plenamente respeitados.

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Gustavo Saraiva

É empreendedor digital, investidor e cofundador do Doutor Multas, sócio do Âmbito Jurídico e sócio da Evah. É colunista do UOL, JUS, Icarros e escreve para dezenas de portais, revistas e jornais.

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